Cefet/RJ sedia encontro de pró-reitores sobre o marco regulatório dos cursos EAD
Na tarde dessa terça-feira (3), representantes do Colégio de Pró-Reitores de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (Cograd/Andifes) estiveram no Auditório 2 da Unidade Maracanã para discutir o novo marco regulatório dos cursos de educação a distância (EAD). O decreto foi assinado pelo presidente Lula em 19 de maio e estabelece a nova política de oferta dessa modalidade de ensino superior no país. A reunião teve a participação do diretor-geral do Cefet/RJ, Mauricio Motta, da vice-diretora, Gisele Vieira, e da diretora de Ensino, Dayse Pastore, que também é vice-coordenadora da Regional Sudeste do Cograd.
O diretor-geral do Cefet/RJ, Mauricio Motta, deu as boas-vindas aos pró-reitores e falou sobre a importância do tema na abertura do evento
Na primeira palestra, o ex-presidente do Conselho Nacional de Ensino Superior (Conaes), Sérgio Franco, destacou os impactos do novo marco regulatório da educação superior, que modifica a oferta de cursos não apenas a distância, mas também presenciais. O decreto define o percentual de atividades presenciais e remotas em ambas as modalidades e institui uma nova categoria: os cursos semipresenciais. Para ele, a regulação era urgente e necessária. “O crescimento acelerado do EAD por grupos com fins lucrativos levou ao fechamento de cursos em instituições comunitárias e filantrópicas, tornando-as financeiramente inviáveis”, reforçou.
Franco também abordou os referenciais de qualidade estabelecidos pelo novo marco, que, embora não obrigatórios, orientam a concepção do curso, a experiência estudantil, a atuação docente e o uso de materiais e plataformas digitais. Outro ponto destacado é que avaliações devem ir além da mensuração de resultados e servir como ferramenta para facilitar a aprendizagem. “A instituição precisa ter o controle de que o próprio aluno fez as avaliações e saia preparado para o mercado de trabalho”, ressaltou. Franco também falou sobre os polos de educação a distância, que precisam ter estrutura de qualidade e localização acessível.
Durante a sua fala, o diretor da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), Daniel Ximenes, alertou que a oferta de educação a distância é uma realidade consolidada e precisa ter a contribuição das instituições federais de ensino, que quase não atuam nessa modalidade. Segundo ele, a EAD representa metade das matrículas no ensino superior e cresceu 140% de 2018 a 2023 no Brasil. “A educação superior se expandiu e se interiorizou. O mundo pós-pandemia mostra que educação a distância é fundamental em algumas localidades e isso exige a atenção do poder público”, disse. Segundo Ximenes, a rede federal oferta apenas 1,7% das vagas EAD no país e essa modalidade carece do acréscimo de qualidade que o ensino público pode oferecer.
Para ele, o maior desafio da educação a distância é garantir o engajamento pedagógico, evitando o isolamento dos estudantes. “Tem aluno que nunca interagiu com o professor, nem com os colegas. É essencial que os cursos ofertem trilhas de aprendizagem bem elaboradas, dinâmicas e estimulantes. Além disso, o estudante precisa de uma rotina pedagógica semanal – algo simples, mas fundamental", finalizou.
Representantes das instituições federais de ensino superior debateram os rumos dos cursos EAD a partir da implementação de um novo marco regulatório
O evento terminou com apresentações do Bandão do Cefet/RJ e do Cefet Trio, projetos de extensão da Unidade Maracanã. Além das palestras realizadas no Cefet/RJ, o encontro do Cograd teve reuniões na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e no Jardim Botânico.
Criado em 2010, o colégio tem por finalidade o assessoramento da Andifes nas temáticas ligadas à área de Pró-Reitoria de Graduação. A Diretoria do Cograd é composta pelos coordenadores nacionais e pelos coordenadores das cinco regionais (Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e seus respectivos suplentes.
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